sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A última boneca



O conceito das Matrioshkas sempre me fascinou.

Uma boneca que se abre para outra com a mesma forma, os desenhos normalmente delicados, a sua construção fina é quase um milagre de engenho e perfeição. Alguns exemplares têm colecções tão numerosas e surpreendentes que são irresistíveis. No final não servem para mais nada senão para isso mesmo, para nos surpreender.
O projecto desta Direcção no Sporting é igual. Tinha uma lista com nomes de peso, todos com imensa vontade e espírito de missão, um projecto ganhador.
Mas não passou muito tempo até se começarem a abrir as Matrioshkas: sai Domingos para um descanso tranquilo, Carlos Barbosa para regressar ao ACP, Paulo Pereira Cristóvão volta sabe Deus para onde, Sá Pinto saiu a lamber as feridas, Luís Duque sai e leva Freitas a fazer contas aos activos e passivos e… agora a última boneca chama-se Godinho Lopes.
É bom que resulte – não há mais nada na cartola.
Poderia continuar noutro registo – primeiro eram só as gorduras do Estado, era 80% na despesa e 20% na receita, depois o desvio colossal, a seguir a TSU, e depois o IMI, agora o aumento do IRS, a recessão, a refundação do Estado, da Constituição, o 2º resgate, etc. 
Mas não o vou fazer.
No caso do Sporting ainda há a paixão. 
Aqui não há nada de fascinante, nada que faça renascer a ilusão todos os fins-de-semana, só a incompetência e triste improviso do costume. 


1 comentário:

  1. O problema das Matrioshkas é que a gente vai abrindo as bonecas e há sempre outra lá dentro...
    Quando chegas à ultima, à espera de ter mais uma surpresa... nada...

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