Um excelente jogo de futebol !

Um jogo EXCELENTE.      Mais um.

Esta Selecção sem os jogadores do Real Madrid é a uma equipa banal e medíocre, que joga como o Sporting jogava no anos passado - 2 ou 3 passes entre a defesa e um pontapé para a frente sem nexo e sem destino, a ver se alguém corre atrás da bola.

Às vezes há alguém que corre e cria-se uma jogada de perigo. Uma jogada de perigo que invariavelmente acaba num último passe errado do Postiga ou um centro desgarrado dos laterais para a linha de fundo. 

Mas o jogo foi ainda muito útil para treinar certas rotinas que são fundamentais para a Selecção de Paulo Bento, a saber:

Treinar a substituição do Postiga, que costuma ser aos 70m de jogo, mas hoje aconteceu um bocado mais cedo.

Treinar as coberturas aos lançamentos laterais dos adversários, pois cada vez que o Bruno Alves toca na bola, esta invariavelmente vai para fora das linhas de jogo.

Treinar o empastelamento do jogo a meio-campo, pois tirando um lance esporádico do Nani não se vê uma ideia, um rasgo ou capacidade para construir uma jogada com entrada na área adversária.

Treinar os pontapés de longe, pois Eder, Postiga, Varela e Hugo Almeida continuam iguais a si próprios e totalmente ineptos para a função.

Treinar a paciência - este é um exercício que nos é imposto a todos, quando ainda somos prendados no final com as declarações de Paulo Bento de que este foi mais em excelente jogo da equipa das quinas. De repente veio à memória a euforia de António José Seguro na noite eleitoral... ambos denotam ter o mesmo contacto esquizofrénico com a realidade. 

O jogo foi tão medíocre e entediante que, no final, até já nem o speaker sequer gritava para animar os quase 20.000 malucos que passaram a noite a fazer as OLAs nas bancadas indiferentes ao que se passava em campo.

O que vale é que a campanha no Mundial não vai ser muito longa, porque é bem justificado o receio de ver o William Carvalho a desaprender e a ganhar vícios neste contexto.

The best part of the (silly) season...

“Lateral direito sérvio PETKOVIC confirma negociações com o Sporting”

“Romeno ROTARIU na ROTA (riu) de Alvalade”

“SLAVCHEV é muito parecido com William Carvalho”

“Sporting está muito interessado em ORIOL ROSSEL”

“Reds insistem em contratar ROJO”

“Rotariu só sai por 4 milhões - Dínamo Bucareste deixa aviso aos leões”

“Marco Silva não teve voz nas contratações de Slavchev e Paulo Oliveira”

“Lille de olho em Slimani”

“Contratação de Petkovic mais difícil”

“Marítimo pede 3 milhões por Derley”

“Eric Dier – Espero poder jogar o mais possível.”

“Prodígio Ali Hazami à espera de proposta do Sporting”

“Eric Dier apontado ao Tottenham” 

Yo me bajo en Atocha

No Domingo tivemos 130.000 espanhóis em Lisboa, a festejar o Futebol. Um dia ainda havemos de ir a Madrid com o Sporting jogar e ganhar uma Champions... fica a lembrança dos que vão e ficam en Atocha. Joaquin Sabina não festejou no Domingo, porque é adepto do Atlético, mas nós tivemos a sorte de ver um jogo extraordinário com mais portugueses em campo que muitos jogos do Campeonato Nacional.

Época 2014/2015

A nova época já arrancou.
Com Bruno de Carvalho é assim. E plos vistos com o plantel também (a ver pelo último jogo feito em Alvalade...)

Viram-se confirmadas as partidas de Welder, Piris e Magrão.

Anunciaram-se dois reforços: Slavchev e Paulo Oliveira

Leonardo Jardim disse adeus ao projecto que iniciou há um ano (para ganhar 10 vezes mais no Mónaco - quem não o faria?...)

E veio MARCO SILVA. Um benfiquista profundamente profissional, como bem se viu na conferência de imprensa da sua apresentação. O Sporting hoje fala a uma só voz e assim se viu quer na despedida do LJ quer na apresentação do MS.
Importante também o "pequeno" pormenor do contrato de 4 épocas assinado com o treinador. Mostra que toda a estrutura está empenhada neste projecto, e que o vão levar até ao fim (mesmo sabendo que há eleições daqui a 3 anos - duvido que haja oposição...)

Venha de lá o mundial, mas o que eu quero mesmo é voltar a ver estes leões a jogar!!!

Paulo Bento e as opções … parvas.

Há qualquer coisa de (recorrentemente) esquizofrénico nas opções de Paulo Bento quando escolhe os jogadores para a Selecção.

Paulo Bento compõe as equipas através de padrões que nunca se alteram, independentemente dos objectivos e das circunstâncias. O que noutro ramo de actividade seria uma qualidade (p.ex. em tarefas de arquivo ou na contabilidade) no Futebol é desconcertante... e idiota.

Em primeiro lugar, as equipas de Paulo Bento são sempre estruturadas da mesma maneira, para jogar da mesma forma. Já no tempo do Sporting era assim – a equipa tinha sempre a mesma táctica, a mesma arrumação e as substituições eram sempre feitas à mesma hora - quer se o jogo fosse com o Trofense, quer com o Manchester United.

Na Selecção é a mesma coisa. 
Jogam sempre os mesmos, a arrumação nunca varia, as substituições são sempre à mesma hora.

A diferença é que, em vez do Pedro Barbosa, o Postiga dá sempre a vez a outro aos 70 minutos de jogo. Jogadores como Nani, Hugo Almeida, Varela ou Postiga, mesmo de cadeira de rodas – serão sempre convocados. 
Para o Brasil só admira o guarda-redes Ricardo não ter sido chamado outra vez.

O laivo esquizóide está no resto das opções – normalmente feitas para não serem usadas.

E nessas, Paulo Bento tem duas características também imutáveis. A primeira é a preferência por jogadores o mais polivalentes possível - quanto mais posições um jogador fizer, desde ponta de lança à baliza, mais possibilidades tem de ser convocado.

O problema nestas escolhas é certo e sabido, um jogador quanto mais posições fizer, menos especializado e realmente bom será em alguma delas.  Tendo na polivalência uma obsessão, cada vez mais me convenço que Cristiano Ronaldo só é convocado porque… Paulo Bento não o pode evitar.

E assim, temos uma equipa desequilibrada com o melhor jogador do mundo e mais 22 que jogam com ambos os pés e a parte de trás e da frente da cabeça, nem são esquerdinos nem destros, nem são rápidos nem lentos, nem são muitos deles nem carne nem peixe a sério.

Assim, quando sai a convocatória e Quaresma fica de fora, só alguém desatento é que se pode surpreender.

Quaresma é um desequilibrador nato, um artista, um espírito rebelde, um mago a inventar maneiras de colocar a bola na área. Quaresma levou o FCPorto ao colo desde Janeiro e evitou que o Estoril ficasse em 3º lugar esta época.

Mas Quaresma é um tipo irreverente, não se desgasta a defender e gosta mais de inventar em vez de jogadas combinadas – logo, ficou naturalmente de fora. 

A segunda característica de Paulo Bento é a vertigem pela descoberta de novos talentos, de preferência em sítios raros. Em todas as convocatórias há um Anthony Lopes, um Eder, um Custódio, um Bebé, um Ivan Cavaleiro ou um qualquer obscuro defesa esquerdo do Apoel Nicósia ou do Maccaby Haifa que por acaso nasceu nas Caxinas. Não se entende o propósito, até porque normalmente são descartados tão rapidamente quando são chamados.

Estas descobertas têm um reverso da medalha, que é deixarem de fora valores seguros e em boa forma – assim, Danny, Adrien Silva (e Carlos Mané) ficam a ver o Mundial pela Televisão e William Carvalho é uma incógnita dentro deste esquema de opções.

Com estas reflexões, há afinal alguma esperança para o Brasil? Claro que sim – o jogo em Estocolmo contra a Suécia explicou como se faz: dar liberdade a Cristiano Ronaldo e instruções aos outros para lhe passar a bola em velocidade. Se conseguirem isso, sem esquemas de transições em losango invertido e outras cenas estranhas, tipo Freitas Lobo, ganhamos a qualquer equipa.      

Torino 2014

Adrien - tens de sair, tens de te ir embora!

Do último jogo do SCP contra o Estoril em casa nem vale a pena falar. 

Uma derrota num jogo a feijões deixa um amargo de boca para o final da época e um renascer das dúvidas sobre a real capacidade da equipa se superar quando é preciso. 

Também não vale a pena falar da novela de Jardim sai para o Mónaco, afinal era o Jorge Jesus, agora é o Leonardo Jardim que tem uma proposta irrecusável e vai sair... Embora esta disputa Jardim - Jesus seja de longe muito mais interessante que a das eleições europeias que se aproximam.

Mas o que vale a pena ver é a lista dos 30 escolhidos por Paulo Bento para ir ao Brasil - numa lista final de 23 que deve ser apresentada nas vésperas da ida.

Guarda-redes: Anthony Lopes (Lyon), Beto (Sevilha), Eduardo (SC Braga) e Rui Patrício (Sporting).

Defesas: André Almeida (Benfica), Antunes (Málaga), Bruno Alves (Fenerbahçe), Fábio Coentrão (Real Madrid), João Pereira (Valência), Neto (Zenit), Pepe (Real Madrid), Ricardo Costa (Valência) e Rolando (Inter).

Médios: André Gomes (Benfica), João Mário (Vitória FC), João Moutinho (Mónaco), Miguel Veloso (D. Kiev), Raul Meireles (Fenerbahçe), Rúben Amorim (Benfica) e William Carvalho (Sporting)

Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Éder (SC Braga), Hélder Postiga (Lazio), Hugo Almeida (Besiktas), Ivan Cavaleiro (Benfica), Nani (Manchester United), Rafa (SC Braga), Ricardo Quaresma (FC Porto), Varela (FC Porto) e Vieirinha (Wolfsburgo). 

E a conclusão é muito fácil - o Adrien Silva tem de sair e ir jogar para o Genk, para o Pandurii ou para a 2ª divisão de Chipre se quiser ser convocado por este Seleccionador. 

O jogador mais influente no meio-campo da equipa classificada em 2º lugar na Liga Portuguesa, depois de William Carvalho, não tem lugar na Selecção, mas Ivan Cavaleiro do Benfica-B tem.
E o eternamente lesionado Nani também,  e o João Mário, e o Anthony Lopes, e o Rafa também. 

Talvez para justificar as despesas de viagens ou os longuíssimos períodos de completa inacção, este Seleccionador inventa sempre umas descobertas deste tipo... e deixa de fora alguns dos jogadores mais influentes e em melhor forma neste Campeonato.  

Força Adrien - Força Carlos Mané - Força Cedric Soares - Força André Martins ........ 

ESTAMOS CONVOSCO

Está na hora de ir para férias... pensaram eles.

O penúltimo jogo deste campeonato foi, no mínimo, penoso. A equipa está já meio desligada, já ninguém arrisca pôr o pé e ir ao choque, falham-se mais passes que o habitual (até tu, William Carvalho!) e dá-se muito mais espaço ao adversário para dominar a bola e construir jogo. Não sei se o Leonardo Jardim terá achado muita piada ao que viu... pelas suas declarações no final quer-me parecer que houve gente que levou nas orelhas na cabine depois do jogo.

O árbitro esse esteve igual a si mesmo (e aos outros todos) pois na 2ª parte desatou a fazer asneiras a um ritmo alucinante - lembrou-se de dar um cartão amarelo ao Capel, depois de este ter sido empurrado na área do Nacional e Jefferson vê também um amarelo sem sequer ter tocado no adversário. 

Nos comentários televisivos, Luís Freitas Lobo continua cada vez mais igual a si próprio, com o seu discurso de PlayStation. Viu um "excelente jogo" cheio de basculações, de transições ofensivas e de jogadas verticais. Mas mesmo após 3 repetições em câmara lenta, não lhe ocorre dizer uma palavra sobre as punições disciplinares inventadas. 

Mas enfim, estamos em fim de época. Tive pena de não ter visto o Chikabala e o Alyson, que estavam ambos no banco, mas o Treinador tentou sobretudo não perder o jogo em vez de inventar atracções de última hora.

Só falta o Estoril em Alvalade e depois é hora de mandar o Montero para a praia rapidamente, para descansar e arejar as ideias, que a próxima época não vai ser nada fácil e os golos dele fazem muita falta.