segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sporting 2-1 Nacional



                                                                                       Gostei (muito) de ver:
O SCP a ganhar o jogo com uma cabeçada de um livre de canto – esta era a forma típica de perder jogos na 1ª parte da época. 
Rinaudo a encher e preencher o campo, a recuperar bolas e a passá-las bem, com sentido posicional mais apurado que ajuda a fechar os espaços aos atacantes adversários. Na fase em que lhes deram um pouco mais de espaço para pensarem e executarem, marcaram um golo.           Fito Rinaudo tem pinta de capitão.
Capel a arriscar mais no remate, a correr kms em zig-zag, a marcar golos. Dá gosto ver.
Bruma, a fazer o papel de extremo como era tradição no Sporting e já não se via há algum tempo, com mobilidade e sem se confinar à lateral, com capacidade de inventar e ultrapassar os adversários para meter a bola na área, perseguindo um golo que já merecia. Quando os centros começarem a entrar, vai ser um jogador temível, seja em que campo for.
As substituições bem feitas, para refrescar as zonas e posições que apresentavam défice físico ou de inspiração. Melhor Viola que Labyad mas ambos com vontade e ânimo para ajudar a recuperar a vantagem no marcador. Schaars é bom jogador, só precisa de readquirir ritmo e confiança. 
Um público maravilhoso, 30.000 vozes cheias de fé e vontade para ajudar esta equipa a crescer e tornar-se grande. 
Agora nesta 2ª feira só falta mesmo o Marítimo empatar em casa. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Capela é BOM? É BOM DEMAIS!


João Capela terá tido nota positiva – um “Bom Mais” – no jogo entre Benfica e Sporting que dirigiu no Domingo passado. De acordo com a Rádio Renascença, a nota do árbitro terá sido de 3.7, numa escala até 5. A rádio refere que o observador deu razão a Capela em todos os lances em que o Sporting reclamou grande penalidade. Se considerasse que João Capela errou num dos lances, a nota desceria para 2,5. 

E eu que pensava que tinham proibido a venda de cenas alucinógenas nas Smartshops... 

terça-feira, 23 de abril de 2013

O barómetro APAF nunca falha.


O Renascimento foi uma época de enormes descobertas científicas e agitação cultural durante a qual, não obstante, o Tribunal do Santo Ofício intervinha na defesa da fé expurgando do mundo tudo o que lhe parecia herético. Mesmo antes dos maiores avanços, a publicação do “Malleus Maleficarum” intensificou a perseguição às bruxas em toda a Europa. Em 1579, o Concílio da Igreja declara: "Todos os charlatães e adivinhos que pratiquem necromância, piromância, quiromância e hidromância serão condenados à morte". No “Malleus”  expõem-se as mais diversas formas de tortura para testar e avaliar o grau de culpa dos heréticos. 
Cita-se o exemplo colorido em que se abençoava a água de um poço e a Bruxa era arremessada para o fundo  amarrada a uma pedra do mesmo peso. Se se afundasse seria perdoada e rezada uma missa pela sua alma, se ficasse a boiar seria julgada como bruxa e queimada na fogueira.
Estas metodologias, algumas delas muito curiosas, já caíram em desuso e são mesmo até vagamente ilegais. Porém, hoje, para avaliar a culpa há métodos muito mais expeditos e infalíveis.

Esses métodos, no que às arbitragens do Sporting dizem respeito, chamam-se APAF.

A regra é a seguinte: quanto mais depressa e de forma veemente a APAF vem defender o árbitro que roubou o Sporting, tem-se imediatamente a noção de quão grande é o grau de culpa da criatura. 
No último Benfica – Sporting, no caso dos roubos do Capela, demorou menos de 24 horas.
Logo na 2ª feira o presidente da APAF considerou que João Capela está "de consciência tranquila" com o trabalho no "derby" Benfica-Sporting. "Tanto o Sr. Pinto da Costa, como os Presidentes de todos os clubes, se devem dedicar mais àquilo que realmente é a casa deles, o foro interno deles. É aí que devem trabalhar e deixar um pouco a arbitragem, neste caso a arbitragem portuguesa”, sublinhou José Fontelas Gomes. 
O presidente da APAF escusou-se a comentar o trabalho desenvolvido por João Capela, seu parceiro na associação e com quem já falou depois do derby. "O João Capela está de consciência tranquila e tem ideia que fez um bom trabalho", sublinhou o dirigente da APAF, admitindo que os árbitros "já estão habituados" a ser criticados após os grandes jogos.

E eu aqui a matutar, face a certas cenas, que os tipos do Renascimento não eram nada parvos e sabiam resolver bem melhor algumas situações delicadas… e com uma vantagem adicional: resolviam-nas sempre de acordo com a vontade de Deus.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Em terra de cegos... Maxi Pereira é rei.


Balanço de um fim-de-semana à Capela por ordem cronológica:

Andebol – Sporting 28 – 25 Benfica
Jogo em Odivelas na 6ª feira à noite e vitória clara sobre os lampiões, que podia ter sido mais expressiva pois na 2ª parte a diferença chegou a ser de 7 golos. Foi a 1ª derrota do SLB, que comandava o campeonato. Limpinho. 

Golfe – desculpem, mas o golfe concorre para o lugar de desporto mais estúpido do mundo, de perto com o curling. E em certos momentos quando os tipos das vassourinhas ficam frenéticos, chega a ser fascinante.

Futsal Benfica 1 – 3 Sporting
No sábado, a equipa do Sporting foi a casa do rival jogar quanto-baste. Sem forçar o ritmo, sem correrias ou sustos, a equipa fez circular a bola, jogou mais e melhor e ganhou tranquilamente com 3 golos bons. Limpinho.

Futebol Juniores e Seniores – o mesmo resultado Benfica 2- 0 Sporting
Sobre os Juniores não sei o que se passou. E mesmo sem saber, diria que perderam mas não é grave, têm uma boa equipa, estão no topo da classificação e já deram cartas na Europa da Nextgen.
Quanto à equipa principal apenas um comentário, baseado na capa do Jornal Record, sobre o embate ontem na Luz: “Águia já cheira o título” e na “Sentença do jogo – 2 penaltis por marcar a favor do Sporting”. Vi no jogo da equipa alguma qualidade, a milhas da desorientação que existia ainda há bem pouco tempo.  Há jogadores jovens com muita classe, Eric Dier, Tiago Ilori, André Martins e Bruma, a quem só falta arriscarem um pouco mais, vejo jogadores como Capel e Rinaudo a jogar com muito mais confiança e ânimo.
E vi um árbitro de nome Capela, que tentou dirigir o jogo como se faz em Inglaterra, sem quebras no curso dos lances e no fio de jogo.
Aos jovens jogadores do Sporting ainda falta alguma experiência e maturidade, mas há ali esperança e talento.
Ao Sr. Capela faltam coisas mais estruturais, que os árbitros ingleses têm e ele não. 
Falta-lhe competência para discernir entre jogo rijo (Rinaudo) e jogo sujo e violento sistemático (Maxi Pereira) , imparcialidade no julgamento dos lances (praticamente só os lances do Sporting eram interrompidos) e coragem para apitar as faltas quando elas ocorrem, dentro e fora da área. O Sr. Capela pode optar por este estilo, mas é arriscado. Apitar à inglesa requer uma competência elevada, fazer o mínimo de erros e não deixar marcas no resultado.
Capela tem o critério largo - mas muito pouca competência, pouca qualidade e nenhuma coragem. A única coisa larga em Capela foi a quantidade de asneiras. Asneiras que não fariam diferença nenhuma se fosse no curling...



  

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Resmas... Paletes de Derbies!


Futebol (seniores) BENFICA - SPORTING   Luz   Domingo, 20:15h

Futebol (juniores) BENFICA - SPORTING  Seixal   Sábado, 16:00h

Futsal     BENFICA - SPORTING  Pavilhão da Luz  Sábado, 14:15h

Andebol   SPORTING - BENFICA  Pavilhão de Odivelas Sexta feira, 21:30h

Golfe   SPORTING - BENFICA Campo Ribagolfe I Infantado Sábado, 9:30h


Verdade seja dita, na próxima Segunda feira não se vai fazer contas "ah nós ganhamos 3 e eles 2"...
Todos os olhos vão estar na equipa principal de futebol. Para além do objectivo de chegar à Europa, é o sentimento de que ainda temos uma palavra a dizer!

É um jogo especial, é sempre... eles são mais, são melhores e estão melhor...
Mas dentro do campo tudo isso pode não representar absolutamente nada se fizermos um "back to basics": Se corrermos mais que eles, saltarmos mais que eles, lutarmos mais que eles, e querermos ganhar mais que eles... É possível... E "possível" chega, para já...

Vamos desafiar a lógica! Vamos gritar bem alto quem somos! Vamos... Sporting!

jO

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A cor do dinheiro - A cor da vergonha


A conferência de imprensa do Presidente Bruno de Carvalho foi bem elucidativa, pelo que disse e pelo que não pode ainda dizer.
Ainda ainda sou do tempo em que se acusava o capital de não ter cor nem pátria. O dinheiro faz dinheiro e só se move por interesse em fazer mais dinheiro, em fazer lucro.
Este dinheiro que o BES e o BCP têm no Sporting é de outra cor. Porque é que os bancos não querem uma Auditoria às contas? Porque é que não estão interessados em que se saiba que negócios ruinosos foram feitos no passado recente? Porque é que são contra a explicação para se terem torrado 60 MILHÕES de EUROS em dois anos na gestão de Godinho Lopes?

Força Presidente!
As recentes declarações de Paiva dos Santos (ex-vice da candidatura de Pedro Baltasar) e de Carlos Barbosa (ex-vice de Godinho Lopes) são o melhor incentivo a resistir! 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sentado no Banco e à luta com a Banca



Foi uma conferência de imprensa estranha. O esclarecimento de algumas questões foi limitado pelo dever de sigilo e portanto ficámos sem saber grande coisa.

Ponto fulcral, a Auditoria de Gestão vai mesmo avançar.

É essencial e ficou bem evidenciado que BdC não estará disposto a dar o braço a torcer no que toca a algumas políticas que lhe fizeram campanha. Quanto ao resto, vamos ter de esperar. A frase "ninguém vai ficar completamente satisfeito no final das negociações" assusta-me mas, pessoalmente, tenho confiança que está o homem certo no nosso lado do braço de ferro.

E vós, o que achastes?

*Nota: O "ódio" para com o a classe jornalística é no mínimo... refrescante!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Daniel Sampaio abre o livro


Uma entrevista do nosso ex-vice-presidente da MAG, Daniel Sampaio.

Leitura obrigatória!!

"Quando a sua Mesa da Assembleia Geral (MAG) foi eleita numa lista diferente da do Conselho Direi ivo (CD) de Godinho Lopes sentiu que o mandato ia ser intranquilo?
          À partida não era bom, mas no primeiro ano os dois órgãos trabalharam bem. Nesse período fez-se a revisão dos estatutos, o regulamento eleitoral, houve reuniões de trabalho e o Sporting não estava na situação má em que esteve depois no segundo ano do mandato. Houve, no entanto, o episódio da destruição dos votos. Foi feita antes do prazo e comunicada pelo telefone.

Quem fez essa comunicação?
          Godinho Lopes a mim – nessa altura ele não se dava muito bem com Eduardo Barroso (ndr. Presidente da MAG). Disse-me que ia destruir os votos e eu respondi que tínhamos que ver. Consultei os juristas da MAG e eles responderam-me que o prazo corria. Telefonei a Godinho Lopes e os votos já tinham sido destruídos. A MAG nunca falou sobre isso porque não queria desestabilizar. Foi o vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão que avançou para essa situação. Aí começou uma posição de desconfiança em relação ao vice-presidente, mas por uma questão de lealdade institucional ficámos em completo silêncio. Só em dezembro tomámos posições mais públicas de crítica ao CD.

E internamente quando adotaram essa posição mais crítica?
          Em meados de 2012… o CD nas reuniões que mantinha connosco e com o Conselho Fiscal (CF) funcionava de forma interessante; o presidente falava durante uma hora seguida. Falava de milhões sobre coisas que percebíamos que não tiniram uma sedimentação rigorosa. Nunca vi membros do CD emitirem uma posição significativa sobre o Sporting. Ele falava sozinho, passava o tempo e a reunião acabava.

Depois houve o caso Cristóvão.
          No qual houve uma grande divergência entre a MAG e o CD. Tive uma conversa com esse vice-presidente que é hoje arguido e que muito me inquietou. Nessa conversa comunicou-me que espiava os jogadores.

Comunicou-lhe isso assim?
          Estava com os meus netos a pedir autógrafos aos jogadores junto dos carros deles onde estavam as mulheres e namoradas, e de uma forma surpreendente para mim veio ter comigo contando-me episódios da vida íntima dos jogadores e mostrando-me mensagens entre um jogador e a sua namorada. Posto isto alertei o presidente.

O que lhe disse Godinho Lopes?
          Disse que todos os clubes faziam isso. Eu disse que não acreditava que todos os clubes vão ao ponto de saber as relações íntimas, e estou a falar de relações afectivas e sexuais, e que isso seja motivo para um vice-presidente ter mensagens da vida íntima dos jogadores. Foi-me mostrado no telemóvel do vice-presidente a mensagem de um jogador para a sua namorada e a resposta dela. Nessa mesma conversa o vice-presidente disse-me que havia um jogador que tinha uma relação extraconjugal. A expressão que utilizei foi que “quero é que eles joguem bem, com quem dormem não me interessa”. Respondeu-me que estava a proteger os activos. Avisei Godinho Lopes, que para além da resposta de que todos os clubes fazem isso, disse-me que era o primeiro a chamar atenção para isso.

Concluiu que Godinho Lopes estava a par disso?
          Evidentemente e achou aquilo perfeitamente natural. Depois rebentou o caso Cardinal. A MAG teve um almoço com Godinho Lopes. Aí dissemos que a situação era grave e que o Sporting devia constituir-se assistente do processo e que o vice-presidente devia sair, porque estava sob suspeita. Foi-nos respondido que ia haver uma reunião do CD para analisar a situação, na qual não se demitiu. Isto foi evoluindo, o vice-presidente acabou por se demitir devido a outros crimes que não tinham a ver com o caso Cardinal e nós insistimos que o Sporting devia constituir-se como assistente e encarar a possibilidade de pedir uma indemnização. A resposta foi negativa e a partir daí as relações degradaram-se.

Conte-nos lá o processo da polémica AG que não se realizou?
          No início de janeiro surgiu o requerimento. Mas a verdade é que nós podíamos ter convocado a AG através do nosso presidente Eduardo Barroso. A MAG do ponto de vista estatutário pode ser ela a requerer uma AG de destituição. Nunca o fizemos por uma questão de lealdade institucional. Dissemos que nunca o faríamos mas se um grupo de sócios o quisesse fazer nós tínhamos que analisar as condições. A 2 de janeiro, com as assinaturas a correr, pedimos uma reunião ao CD em que dissemos que uma das soluções que podia haver passava pela demissão do CD para que não houvesse uma AG de destituição.

Quando percebeu a intransigência de Godinho Lopes em demitir-se e falar com membros do CD?
          Isso foi-nos sugerido por Abrantes Mendes, que tinha passado por um cenário igual no tempo de Jorge Gonçalves. Fizemos contactos, que não eram ao acaso, Aureliano Neves e Rui Paulo Figueiredo disseram-nos várias vezes que se queriam demitir. Eu próprio falei com Daisy Ulrich. Disseram que iam pensar. Entretanto, a MAG tem contactos com os bancos credores… Sim, pedimos audiências oficiais ao BCP e ao BES. Aí a conversa com José Maria Ricciardi foi institucional. O que ele nos disse em janeiro era que a reestruturação não estava feita, mas que ia ser feita. Ele sempre foi contra a AG porque considerava que ia interromper a reestruturação. Não havia reestruturação, havia projectos. A 25 de janeiro fomos recebidos no BCP pelo seu presidente, Nuno Amado, que nos disse que não havia reestruturação nenhuma. E mais, garantiu-nos que o BCP só colaborava com a reestruturação com tudo escrito, quer com o atual presidente, quer com o futuro se houvesse eleições. “Não vamos continuar a dar apoio ao Sporting sem um plano de reestruturação completamente escrito com o apoio do CF do Sporting, o atual ou o futuro”, disse-nos Nuno Amado. Nesse dia percebemos que o principal credor do Sporting, que é o BCP e não o BES, acabava de nos dizer que não havia reestruturação nenhuma. Era uma mistificação do CD, que numa reunião em dezembro nos chegou a dizer que a reestruturação iria ser feita até final de dezembro.

Godinho Lopes queria perpetuar-se no poder?
          Não tenho dúvidas. Fez tudo para que a AG não se realizasse. Ele tinha a certeza que ia ser destituído.

Na conferência de imprensa sobre o funcionamento da AG foi atingido com ovos…
          Fui avisado de que devia colocar um polícia à paisana. Através dos meus contactos um sócio do Sporting, o Comissário Pinho, foi assistir à paisana. Foi a nossa sorte. Na primeira parte, com os jornalistas, correu bem. A segunda parte era com os sócios. Estávamos no auditório e tínhamos solicitado aos serviços que identificassem os sócios. Essa identificação não foi feita. Depois começaram os insultos e os palavrões e sete ou oito indivíduos levantaram-se e atiraram ovos. O Comissário Pinho barrou a saída, pediu reforços e as pessoas foram identificadas. Foram sete pessoas identificadas que eu não sei quem são. E o processo seguiu para a polícia e para o DIAR Depois constituí-me assistente do processo e tenho também uma investigação particular para acompanhar o processo.

Foi aliciado para ser presidente do Sporting?
          Aliciado não, fui convidado. A história do golpe de estado radica em duas reuniões que existiram e que mostram como o Sporting funcionava. A 5 de janeiro houve um encontro em que se falou de vários problemas do Sporting.

Quem esteve nesse encontro?
          Pedro Baltazar, Alexandre Patrício Gouveia, Eduardo Barroso, eu, Rui Morgado e Luís Natário [ambos elementos da MAG]. Nessa reunião, e era assim que funcionava o Sporting e eu espero que nunca mais funcione assim, as pessoas disseram: Estamos em contacto com José Maria Ricciardi [presidente do BES Investimento] e temos que ver como vai ser o futuro do Sporting, isto não pode continuar assim. Aí foi combinado um jantar a 8 de janeiro na casa de Eduardo Barroso.

Quem estava presente?
          Eduardo Barroso, eu, Luís Natário, Rui Morgado, João Sampaio, José Maria Ricciardi, Alexandre Patrício Gouveia e Pedro Baltazar.

E nesse jantar o que se passou?
          Falou-se da AG, na qual o CD podia ser destituído e que ia haver eleições a seguir. E as pessoas perguntavam: “O que é que vamos fazer ao Sporting?”. Falámos de cenários, podia haver listas, não haver, uma comissão de gestão e falaram-se em 17 nomes para essa comissão.

Pode revelar alguns?
          Vera Jardim, Rocha Vieira, Rui Vinhas da Silva, Abrantes Mendes, Soares Franco, Artur Torres Pereira, etc.

E o que se decidiu?
          Nesse jantar soube histórias espantosas. Um pequeno grupo é que designava o presidente ideal. Quando se diz que é o candidato da banca devo dizer que é o candidato de um banqueiro.

Refere-se a José Maria Ricciardi?
          Com certeza. Nesse jantar ele dizia que eu era a pessoa ideal para ser o presidente do Sporting. E até me foi oferecida uma remuneração… a combinar.

Foi José Maria Ricciardi que o convidou para ser presidente do Sporting?
          Claro, foi ele que me convidou. E foi ele que me contou que com José Eduardo Bettencourt procedeu-se da mesma maneira; havia nomes e um grupo escolheu José Eduardo Bettencourt.

Foi assim também com Godinho Lopes?
          Com Godinho Lopes foi diferente. Andavam à procura de uma pessoa e Godinho Lopes foi ao BES ter com José Maria Ricciardi para lhe dizer que queria ser presidente. E José Maria Ricciardi considerou-o uma pessoa válida. Isto é aquilo que não pode voltar a acontecer no Sporting, felizmente não aconteceu agora, porque todos os candidatos criticaram a gestão anterior e ganhou o candidato, que não entrou, seguramente, nestes jogos de bastidores. Porque não era o candidato favorito destas pessoas. Pelo contrário, as pessoas que estiveram nesse jantar disseram que era uma pessoa sem perfil para ser presidente do Sporting.

Esse grupo queria encontrar alguém que fizesse frente a Bruno de Carvalho?
          Claro, o convite a Daniel Sampaio tem a ver com isso, porque sabiam que eu era da lista de Bruno de Carvalho há dois anos. Sabiam que ia ser difícil para Bruno de Carvalho combater-me, porque temos uma relação muito cordial.

Como é que o tentaram convencer?
          Nesse jantar José Maria Ricciardi disse que já tinha contactado investidores, que tinha o meu nome aceite pelos investidores e aprovado por um grupo de notáveis do Sporting. Rejeitei por duas razões. Primeiro porque não tenho disponibilidade nem conhecimentos. Segundo porque achei o processo terrível. Como se escolhe um presidente desta maneira, sem programa, sem saber o que a pessoa verdadeiramente pensa só porque é uma pessoa conhecida e que se pode opor a um candidato do povo do Sporting? Recusei, uns dias depois José Maria Ricciardi telefonou-me a insistir nesta situação e eu tomei a recusar. Eduardo Barroso chegou a ser convidado para presidente da MAG…

Na sua hipotética lista?
          Sim. Como recusei pensou-se numa alternativa, a tal comissão de gestão, e foi-me perguntado, por José Maria Ricciardi, Pedro Baltazar e Alexandre Patrício Gouveia, se eu podia presidir essa comissão. Todos estavam desejosos que aceitasse. Não fechei completamente a porta, por uma questão de serviço ao Sporting. O que transpareceu é que estava a organizar uma comissão de gestão e a protagonizar um golpe de estado contra Eduardo Barroso.

Sentiu que os notáveis tinham medo de que Bruno de Carvalho fosse eleito presidente?
          Medo? Eu diria pavor.

A quem se refere?
          José Maria Ricciardi, Godinho Lopes, Nobre Guedes. Várias vezes nos disseram que se Bruno de Carvalho fosse eleito o Sporting acabava. O novo presidente vai ter uma prática diferente. Pode correr mal, mas espero que corra bem. Vai cortar a direito, vai poupar, não vai ter luxos e, sobretudo, vai estar com os sócios. Tem um enorme significado ter-se sentado no banco. Vai ter uma ligação com os jogadores e os sócios diferente. Não se pode ter a relação distante que Godinho Lopes tinha com os jogadores e o desprezo que tinha pelos sócios. A elite do Sporting tinha um profundo desprezo pelos sócios.

Com Bruno de Carvalho significa que essa elite deixou o Sporting?
          Espero que sim e para sempre. O Sporting tem que voltar-se para uma matriz popular. O Sporting tem na sua génese uma coisa terrível, ter sido fundado por um visconde. E isso faz com que seja para algumas pessoas um clube elitista.

A elite vai dificultar a vida a Bruno de Carvalho?
          Já andam a dizer que vai durar três meses. Cá estarei para denunciar essa elite, quero essa elite varrida do Sporting. Tudo farei para que não tenha novamente acesso ao poder.

Eduardo Barroso disse: “Estou farto de castas de pseudo dirigentes, verdadeiros terroristas de fato e gravata”. Quem são esses terroristas?
          Pessoas ligadas ao CD e Conselho Leonino (CL). Até 23 de março o Sporting foi dominado por um pequeno grupo de pessoas bem-falantes, que estão afastadas dos sócios do Sporting. E explico. Godinho Lopes propôs-me que chegasse junto dos miúdos do movimento e dissesse para eles retirarem o requerimento. E eu respondi “ó Luís não vou fazer isso. Não trato nenhum sócio do Sporting por miúdo, são pessoas licenciadas e respeitadas, depois são apenas o rosto dos 800 ou mais sócios que subscreveram o requerimento. Não vou pedir para retirar nada”. Estas pessoas pensam assim dos sócios.

Os sócios não mandavam no clube?
          Até 23 de março não mandaram. Havia um desprezo total, visível em várias AGs. As propostas dos sócios eram sublinhadas com sorrisos e apartes de membros do CD. Havia um desrespeito pela opinião dos sócios que fosse diferente da deles. No CL a mesma coisa. As intervenções dos conselheiros eram por que razão não tinham acesso ao croquete. Uma verdadeira vergonha.

Já percebi que acha que Bruno de Carvalho está a devolver o clube ao povo. E aos títulos?
          Aos títulos não sei. Sem promessas, devemos dizer que nos vamos esfarrapar para ganhar. O Sporting só tem uma solução: matriz popular. Devolver o Sporting aos sócios, ouvi-los, transformar o CL num órgão de trabalho ou, então, extingui-lo. Votei em Bruno de Carvalho, mas tem que provar. Daqui a um ano posso ter uma má opinião, mas ele vai ter uma prática diferente. É um homem do povo, não é um marquês. Estou farto de sportinguistas de consoantes dobradas que deram cabo do clube."


Assustador...



Frase da entrevista:
" Estou farto de sportinguistas de consoantes dobradas que deram cabo do clube."

quarta-feira, 3 de abril de 2013

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Vitória em Braga 2-3


Hoje havia muita gente a fazer força para que o Sporting não trouxesse os 3 pontos de Braga, apesar do bom jogo que fez, de ter mostrado vontade e muito talento. 
Mas, de todos, apenas um tinha real poder para o impedir, através de mistificações, truques e uma exibição nojenta. 

Esse indivíduo chama-se Manuel Jorge Neves Moreira de Sousa.

Obrigado Ricky Van Wolswinkel. 
Obrigado rapaziada. Vamos continuar assim.