O Sporting Clube de Portugal manifesta a sua
indignação e estranheza pelas declarações proferidas pelo presidente do
Conselho de Arbitragem, publicadas hoje, num diário desportivo. Com as
mesmas ficou clara a cobardia em discutir os assuntos pessoalmente e a
falta de interesse em alterar o que está mal no futebol português. Esta
entrevista apenas visou desvalorizar o trabalho elaborado, classificando
de «ideias» as propostas concretas apresentadas, chegando mesmo a
afirmar que as mesmas não podem vir a «contribuir para uma melhoria do
futebol ou das arbitragens».
Como é o do conhecimento público, o
Sporting Clube de Portugal elaborou um dossier detalhado com um
conjunto de alterações que considera necessárias para a transparência e
salutar competitividade do desporto nacional e que envolvem temáticas
diversas desde fiscalidade, arbitragem, agentes desportivos, fundos,
entre outras.
As propostas apresentadas materializam-se em
alterações legislativas e regulamentares e não se limitam à apresentação
de meras questões conceptuais. Os propósitos desta documentação são bem
claros, constituindo uma base de trabalho, para partilhar, discutir e
enriquecer, com o contributo de todas as partes interessadas em melhorar
o desporto nacional e a indústria do futebol, em particular.
Neste
momento essa documentação está entregue a grupos de trabalho com a
participação de mais de metade dos clubes da I e II Ligas, para
posterior apresentação nas entidades nacionais e internacionais
competentes.
O referido dossier, depois de apresentado aos Grupos
Parlamentares do PSD, PS, CDS, PCP e Bloco de Esquerda, ao Ministro da
Administração Interna, ao Secretário de Estado da Juventude e Desporto e
Liga Portuguesa de Futebol Profissional, foi alvo de reunião na
Federação Portuguesa de Futebol, no passado dia 16 de Janeiro.
É
importante realçar que Vítor Pereira, presidente do Conselho de
Arbitragem, esteve presente na referida reunião. Neste encontro
estiveram ainda presentes, o vice-presidente, Hermínio Loureiro, o
secretário-geral, Paulo Lourenço, e o próprio presidente da FPF,
Fernando Gomes, manifestou o seu agrado pelas propostas apresentadas,
afirmando que as iria integrar nos grupos de trabalho já existentes na
FPF, sendo, inclusivamente coincidentes com algumas já em
desenvolvimento.
No decorrer da reunião o presidente do Conselho
de Arbitragem, tendo oportunidade e o dever, em sede própria, não
expressou qualquer comentário ao documento. Ao invés, preferiu agora
vir, na praça pública, tentar descredibilizar o trabalho realizado,
contrariando o acordado entre o presidente do Sporting Clube de Portugal
e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Na altura foi
combinado a realização de um trabalho conjunto, tendo por base a
documentação apresentada, a que Vítor Pereira anuiu não se expressando
contra.
Este comportamento em nada dignifica o órgão a que
preside e em nada contribui para a transparência e melhoria do futebol
nacional, mas talvez possa justificar muito do que se passa actualmente.
Não
será por atitudes destas que os clubes, que estão a trabalhar neste
documento, irão deixar de o fazer com a mesma dedicação e que não irão
lutar de forma determinada pelas alterações fundamentais que transformem
de vez o futebol.
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