O Renascimento foi uma época de enormes descobertas científicas e agitação cultural durante a qual, não obstante, o Tribunal do Santo Ofício intervinha na defesa da fé expurgando do mundo tudo o que lhe parecia herético. Mesmo antes dos maiores avanços, a publicação do “Malleus Maleficarum” intensificou a perseguição às bruxas em toda a Europa. Em 1579, o Concílio da Igreja declara: "Todos os charlatães e adivinhos que pratiquem necromância, piromância, quiromância e hidromância serão condenados à morte". No “Malleus” expõem-se as mais diversas formas de tortura para testar e avaliar o grau de culpa dos heréticos.
Cita-se o exemplo colorido em que se abençoava a água de um poço e a Bruxa era arremessada para o fundo amarrada a uma pedra do mesmo peso. Se se afundasse seria perdoada e rezada uma missa pela sua alma, se ficasse a boiar seria julgada como bruxa e queimada na fogueira.
Estas metodologias, algumas delas muito curiosas, já caíram em desuso e são mesmo até vagamente ilegais. Porém, hoje, para avaliar a culpa há métodos muito mais expeditos e infalíveis.
Esses métodos, no que às arbitragens do Sporting dizem respeito, chamam-se APAF.
A regra é a seguinte: quanto mais depressa e de forma veemente a APAF vem defender o árbitro que roubou o Sporting, tem-se imediatamente a noção de quão grande é o grau de culpa da criatura.
No último Benfica – Sporting, no caso dos roubos do Capela, demorou menos de 24 horas.
Logo na 2ª feira o presidente da APAF considerou que João Capela está "de consciência tranquila" com o trabalho no "derby" Benfica-Sporting. "Tanto o Sr. Pinto da Costa, como os Presidentes de todos os clubes, se devem dedicar mais àquilo que realmente é a casa deles, o foro interno deles. É aí que devem trabalhar e deixar um pouco a arbitragem, neste caso a arbitragem portuguesa”, sublinhou José Fontelas Gomes.
O presidente da APAF escusou-se a comentar o trabalho desenvolvido por João Capela, seu parceiro na associação e com quem já falou depois do derby. "O João Capela está de consciência tranquila e tem ideia que fez um bom trabalho", sublinhou o dirigente da APAF, admitindo que os árbitros "já estão habituados" a ser criticados após os grandes jogos.
E eu aqui a matutar, face a certas cenas, que os tipos do Renascimento não eram nada parvos e sabiam resolver bem melhor algumas situações delicadas… e com uma vantagem adicional: resolviam-nas sempre de acordo com a vontade de Deus.
Neste caso parece que "a bruxa" boiou... Alguém tem lume?
ResponderEliminar